PUBLICAÇÕES
Literatura e imaginário educacional em Ofélia, a ovelha, de Marina Colasanti
Geam Karlo-Gomes
Maria Eugênia dos Santos
Resumo
Esse artigo analisa o conto de fadas Ofélia, a ovelha, de Marina Colasanti, buscando identificar seus significados a partir da relação entre imaginário e educação. Os contos de fadas possuem papel proeminente nesse contexto, visto que apresentam riqueza simbólico arquetípica e metafórica para o contexto do imaginário educacional por projetar imagens necessárias à Bildung humana. Introduzidas desde cedo na vida das crianças, as manifestações artístico-literárias (contos de fadas, fábulas, histórias em quadrinhos, poemas, desenhos animados, contos diversos, entre outros) fornecem pistas para a compreensão da psique coletiva. Por meio de um estudo fundamentado na filosofia do imaginário educacional, na psicologia analítica e na leitura mitológica do conto colasantiano, desvenda-se a presença latente do mito de Narciso. Esse mito serve de imagem para uma educação da sensibilidade durante o período de construção da personalidade. À luz da autoimagem, as crianças podem ser estimuladas a desenvolver a imaginação sobre o autoconhecimento e a autoestima, condições essenciais para as interações sociais e afetivas autônomas.
Palavras-chave: Contos de fadas. Personalidade. Mito
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Literatura Infantojuvenil em Cordel: Uma Breve Fisionomia da Adaptação, do Fantástico e do Imaginário
Children's and Youth Literature in Cordel Literature: a brief physiognomy of the adaptation, the fantastic and the imaginary
Geam Karlo-Gomes
Universidade de Pernambuco, UPE, Recife - PE, 50100-010, e-mail: geamk.upe@gmail.com
Resumo: Este estudo busca fundamentar a inter-relação entre dois aspectos pertinentes à mediação da leitura de textos infantojuvenis no cenário escolar: a adaptação e o imaginário arquetípico. O primeiro é temporal, sempre ajustado a determinado público ou contexto, a fim de obter aceitação. O segundo, atemporal, pois diz respeito ao grande reservatório de imagens ou conjunto de imagens oníricas ou oriundas da mente primitiva, que alicerça nosso modo de viver, pensar e agir. Dessa forma, este texto objetiva mostrar como esses dois tópicos estão dispostos na literatura infantojuvenil. Para tanto, discorremos sobre esses temas em três obras adaptadas em cordel para crianças e jovens: O pequeno Polegar, Pinóquio e O Soldadinho de Chumbo à luz dos estudos da adaptação, da literatura fantástica e dos estudos do imaginário arquetípico, amparo teórico elencado para este estudo bibliográfico. Esta proposta surgiu da necessidade de fundamentação de um trabalho de mediação de leitores no contexto de formação de professores, na vivência do componente curricular Literatura Infantil, do curso de graduação em pedagogia em uma universidade pública no Nordeste brasileiro. A partir do olhar hermenêutico das obras da literatura infantojuvenil adaptadas em cordel, conclui-se que os elementos em análise se revelam potencialmente significativos para dinamizar o processo de mediação da leitura no contexto escolar.
Palavras-chave: literatura infantojuvenil, imaginário, adaptação, literatura de cordel
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O conflito apocalíptico em Assunção de Salviano, de Antonio Callado
Geam Karlo-Gomes
e-mail: geamk.upe@gmail.com
RESUMO
Qual o papel da arte na formação do imaginário? Uma certeza indubitável é o fato de que nela se podem vislumbrar imagens novas, potencialmente instauradoras da renovação dos arquétipos inconscientes. Seguindo uma descrição detalhada dos últimos capítulos de Assunção de Salviano, de Antonio Callado, o intuito principal desta investigação é mostrar como a arte literária institui e renova as imagens do sagrado, sobretudo dos arquétipos do Cristo e do Anticristo. À luz da hermenêutica do imaginário de Gilbert Durand, da correlação entre o mundo alquímico dos símbolos e as experiências e conhecimentos da psicologia do inconsciente de Carl Gustav Jung, e ainda, a partir da criatividade onírica de Gaston Bachelard, foca-se na análise da travessia da personagem Salviano após sua conversão religiosa cristã e seu “grande conflito” com o líder do Partido Comunista. Desvenda-se, então, o efeito da arte literária na fabricação de novas imagens dos arquétipos inconscientes manifestados pela ação do entrechoque entre o imaginário comunista e o imaginário da doutrina cristã do paraíso perdido.
Palavras-chave: literatura; imaginário; cristianismo; comunismo
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A força do sagrado: construção estética em A Beata Maria do Egito, de Rachel de Queiroz
The sacred strength: aesthetical construction in Rachel de Queiroz´s play A Beata Maria do Egito
Geam Karlo-Gomes
Peterson Martins A. Araújo Fulvio Torres Flores
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Resumo
Este artigo apresenta uma análise estética e antropológica da peça A Beata Maria do Egito, de Rachel de Queiroz. Inicia-se por uma discussão estética a partir do “regional” e dos aspectos trágicos nesse drama moderno; e, quanto ao aspecto antropológico, temos uma percepção do enredo e contexto através da intertextualidade do sagrado (o numinoso) e outros arquétipos. Os pressupostos teóricos fundamentam-se na crítica literária de Raymond Williams (2002) e Peter Szondi (2001), no levantamento da crítica especializada realizado por Tarumi (2004), e na teologia e psicologia analítica por meio de Rudolf Otto (2007) e Carl Gustav Jung (2012, 2015). Assim, pretende-se mostrar a importância do protagonismo feminino para uma atualização do homo nordestinus e da(s) estética(s) que permeia(m) o elemento “regional’.
Palavras-chave: Regional. Tragédia moderna. Sagrado. Rachel de Queiroz. Feminino.
O SIGNIFICADO ARQUETÍPICO DO INDÍGENA CONTADOR DE HISTÓRIAS: UMA ABORDAGEM
ETNOGRÁFICAZ
Andressa da Silva Noronha
Geam Karlo-Gomes
Resumo
O presente texto analisa o significado simbólico arquétipo do indígena contador de histórias, sua representação e importância na atualidade. Situado no campo descritivo e interpretativo, esse trabalho tem como pressuposto a pesquisa etnográfica, desenvolvi a em uma tribo indígena na região da Bahia. Investiga se a figura simbólica do contador de histórias, fazendo apontamentos teóricos para justificar a sua importância social e cultural. Para análise bibliográfica, foram adotados como bases principais os recortes teóricos e reflexões do livro Memória e Sociedade: Lembranças de Velhos, de Ecléa Bosi, Os arquétipos e o inconsciente coletivo, de Carl Gustav Jung e Imagem e Símbolos de Mircea Eliade. Os resultados da pesquisa e a interpretação da análise de dadosdemonstraram que a contação de histórias está presente na atualidade e que o arquétipo do Velho Sábio, ancião da sabedoria e discernimento, se mantém intacto no imaginário humano. A figura arquetípica do contador de histórias no grupo analisado permanece inalterada no inconsciente coletivo.
Palavras-chave: Contador de histórias. O Velho Sábio. Etnografia.
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O IMAGINÁRIO FEMININO NA HISTÓRIA E DOIS ATUAIS PARADIDÁTICOS PARA A JUVENTUDE
Iraci de Sales Rodrigues Geam Karlo-Gomes
Resumo:
Este trabalho analisa o imaginário feminino no decorrer da história e em dois paradidáticos para a juventude, tendo em vista que os livros são ferramentas de grande importância para o desenvolvimento crítico dos jovens, além de ser um instrumento para desenvolver a formação do imaginário. Para isso, realizamos uma abordagem diacrônica, através de leituras fundamentadas em Durand (2004), Macedo (2002), Alambert (2004), Perrot (2008), Andrade (2003), Bourdieu (2002), Souza (2005), entre outros; e a análise de dois livros paradidáticos juvenis: Aventuras de Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll; e Tristão e Isolda, de Telma Guimarães Castro Andrade. Nesta pesquisa bibliográfica de cunho analíticointerpretativa, constam também as fundamentações sobre leitura e sobre o livro: Abreu (2006), Colomer (2003), Munakata (1997) e Petit (2009). Ao abordar como o imaginário está presente nos paradidáticos, evidenciam-se que, assim como esse material se apresenta como ferramenta precursora de conhecimento sobre a essência significativa do elemento feminino para a atualidade, também revela discursos dominantes impregnados de estereótipos.
Palavras-chave: Imaginário; Feminino; Livros paradidáticos.
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Soteriologia no romance Assunção De Salviano, de Antonio Callado
Geam Karlo-Gomes
Resumo
O romance inaugural de Antonio Callado, Assunção de Salviano, está permeado pelo contexto das lutas camponesas no Nordeste. A obra é lançada nos meados do século XX com um enredo que faz assistir ao nascimento de um redentor dos camponeses. Nesse sentido, inquieta investigar como essa obra calladiana aglutina elementos simbólicos, arquetípicos e míticos da Bíblia Judaico-cristã para “fabricar” essa personagem.
Palavras-chave: O arquétipo do Redentor. Bíblia Judaico-cristã. Antonio Callado.
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OS ETERNOS OPOSTOS E O NARRAR E ENSAIAR NA HIPERMODERNIDADE
Geam Karlo-Gomes
Resumo:
As características que compõem a fisionomia dos novos tempos não se esquivam da perene presença dos eternos opostos: o Bem e o Mal. Este texto se propõe apresentar sua manifestação nos quatro polos axiomáticos da hipermodernidade e nas chamadas comunidades emocionais: o tribalismo. Como a literatura é indissociável da vida humana, este texto também busca perceber como esses opostos estão configurados no romance “Diário de um ano ruim”, de J.M. Coetzee. Uma trama onde o ensaio e a narrativa acentuam, respectivamente, a função integrativa entre o criticar e vivenciar, explicar e sentir; além disso, evidenciam a ligação orgânica entre o Bem e o Mal, e sua essência antitética simbólica: o Senhor C e Alan.
Palavras-chave: O Bem e o Mal Hipermodernidade. Literatura contemporânea.
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A REINVENÇÃO DA IDENTIDADE FEMININA E A HIBRIDIZAÇÃO CULTURAL E RELIGIOSA NO TEATRO NEGRO DE CALLADO: O TESOURO DE CHICA DA SILVA E UMA REDE PARA IEMANJÁ EM CENA
Geam Karlo-Gomes
Clarissa LOUREIRO
RESUMO:
O negro e as religiões se constituem como umas das principais temáticas das obras de Antonio Callado. Nesse trabalho, analisam-se duas peças teatrais que compõem o seu teatro negro: O tesouro de Chica da Silva e Uma rede para Iemanjá. Analisamos essas obras no intuito de evidenciar, respectivamente, a reinvenção da identidade da negra brasileira a partir da apropriação do mito da femme fatale e o artifício estético de sincretismos religiosos numa composição simbólica de um Auto do Natal culturalmente híbrido.
PALAVRAS-CHAVE: Antonio Callado. Cultura. Identidade. Teatro negro
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O MITO DO PARAÍSO PERDIDO EM ASSUNÇÃO DE SALVIANO: UM CONFLITO ENTRE O COMUNISMO E O CRISTIANISMO
Geam Karlo-Gomes
RESUMO:
Este texto apresenta o conjunto de ideais, valores e crenças, que compõem o imaginário mítico da busca pelo Paraíso Perdido no romance inaugural de Antônio Callado: Assunção de Salviano. Como norte teórico-metodológico, tomamos a “vivacidade” do mito como modelo para a conduta humana a partir do diálogo hermenêutico entre literatura-mitologia-filosofia. Operando sobre os padrões de comportamento e experiências ideológicas, políticas e religiosas das personagens dessa trama, reconhece-se que, embora haja um conflito perene entre os ideais do Comunismo e a Doutrina cristã, ambos se apresentam sob a atração do sagrado, que resgata dos tempos primevos o sonho arquetípico da felicidade paradisíaca. Entre as principais contribuições teóricas, elencamos Mircea Eliade, C. Gustav Jung, Ludwing Feuerbach, Marx e Engels, Denis Collin e a Bíblia judaico-cristã.
Palavras-chave: Literatura, Sagrado, Mito.
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O IMAGINÁRIO PARADISÍACO E A ESCATOLOGIA COMUNISTA EM ASSUNÇÃO DE SALVIANO, DE ANTONIO CALLADO
Geam Karlo-Gomes
Resumo:
Assunção de Salviano (1954) é o primeiro romance de Antonio Callado e apresenta como principais protagonistas, Júlio Salgado e Manuel Salviano. Ambos com ligações ao Partido Comunista, com atividades no Sertão Nordestino, especialmente, na cidade de Juazeiro da Bahia. Adentrando na trajetória dessas personagens, nota-se como o imaginário da busca paradisíaca e o desejo escatológico de mudar o Mundo perpassa o ideário político comunista. Assim, este texto se propõe analisar a primeira parte do referido romance, interpretando como os discursos do líder político Salgado remontam à escatologia e à busca arquetípica da bem-aventurança.
Palavras-chave: Escatologia, Comunismo, Literatura